sábado, 30 de abril de 2011

Tudo que eu fui e não fui

Eu tenho alguma idéia original na minha cabeça? (começou a baixaria no meu cérebro).

A vida é curta e hoje é o primeiro dia do resto da minha vida. Sou um clichê ambulante.
Preciso ir ao médico, ao dentista. Se eu não deixasse tudo pra depois, talvez as coisas dessem mais certo.
Passo os dias sentada. Devia correr uns 8 km por dia; deixar a preguiça de castigo; escalar uma pedra; compôr uma música; aprender a surfar.
Preciso mudar. Me surpreender, ler mais, estudar mais, quem sabe aprender uns passos de dança, tocar algum instrumento, meditar.
Seria genial. Tentar um mestrado. Talvez cortar o cabelo. Ser cabeluda tem me irritado.
Fazer mais amigos. Viajar mais. Admirar mais as coisas. Falar mais e pensar menos. Julgar menos. Comer menos e beber menos. Se arrepender menos. Lamentar menos. Reclamar menos. Ser menos arrogante. Parabenizar os amigos que fazem aniversário, agradecer pelos que me desejaram feliz aniversário. Eu deveria usar mais o telefone. Responder as mensagens. Ligar pra alguém. Deixar de prometer ir à algum lugar e nunca ir. Por que mesmo eu faço isso?
Ser mais sincera (como?) e segura. Reduzir 80% da minha carga de trabalho. Mudar de trabalho. Largar o trabalho. Ando cada vez mais exausta. Trabalho e durmo, só.
Vai ver o meu estado relapso é algo fisiológico. Vai ver é a química do meu cérebro. É isso! Meus problemas de ansiedade derivam de sinapses errantes, um desequilíbrio químico. Vou largar isso aqui!
Mas, ainda assim, depois de tudo, tenho certeza que vou continuar sendo essa, nem tão bonita, nem tão burra.
Eu já prometi mudar inúmeras vezes. Nada vai mudar isso. Talvez seja essa a razão das minhas idéias eloqüentes.
Já corri demais, já fiz muita poesia. Já amei intensamente todos os meus defeitos e qualidades. Já li demais, estudei demais, me concentrei demais.
Não quero mais saber de mestrado. Os cabelos esgrinchados alimentam a minha liberdade de ser qualquer coisa, não vou cortá-los. Pouco me arrependo das coisas que faço, ao passo contrário das que não faço. Preciso lamentar mais por isso. Reclamar mais. Ir aos lugares sem prometer préviamente. Enganar mais a mim mesma, romper as minhas verdades: me desmentir; contradizer tudo o que eu disse antes.
Me empenhar no trabalho, na educação; sentir prazer no que eu gosto. Poucos sentem isso!
Penso só no presente (no futuro só um pouquinho)e tudo tem dado certo. Só preciso ser eu mesma. Nada me falta, eu tenho todas as partes do corpo funcionando em perfeita harmonia e não preciso de um médico. Eu realmente só preciso ir ao dentista. Não nasci mesmo pra dança. O Inferno são os outros; eu vivo numa paz imensurável.
Sou uma metamorfose ambulante. A vida eu curto hoje e "mas louco é quem me diz e não é feliz. Eu sou feliz."

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